sábado, fevereiro 24, 2007

Zeca, Coimbra esqueceu-te!

“A ingratidão é o mais horrendo de todos os pecados”. Alexandre Herculano disse, nós subscrevemos. Não há conimbricense que não se envaideça quando Zeca Afonso é falado. Não há dúvidas quanto à influência que a cidade teve no Trovador. Não há dúvidas quanto à influência que o Trovador teve sobre a cidade. Como não existem dúvidas que a cidade e o Trovador tiveram influência nos gritos para a liberdade.
A nossa duvida é: porque é que a cidade de Coimbra se esqueceu dele no vigésimo aniversário da sua morte? Ninguém fez nada? (A não ser; uma jantarada do Movimento de Apoio ao Sim, que resolveu comemorar e falar do Zeca, e uma tertúlia que a Livraria Almedina Estádio realiza hoje).
Mas, nenhum espectáculo? Nada?
Então CMC? Então GEFAC? Então Secção de Fado? Então Ateneu? Então TAGV? Então…? Então essa memoria, essa gratidão?

Aveiro, Faro, Figueira da Foz, Guarda, Guimarães, Lisboa, Maia, Moita, Odivelas, Ovar e Porto foram as cidades que fizerem coisas.

Coimbra, Nestum com mel e muita pantufinha calçada!

6 comentários:

Anónimo disse...

Partilho o desalento por Coimbra não ter feito algo de grande dimensão.
No entanto, a Ideias Concertadas vai promover esta sessão na Almedina, ainda esta noite (24 de Fevereiro). Aparece:
http://www.ideiasconcertadas.pt/index.php?option=com_content&task=view&id=70

Anónimo disse...

Acho muito bem que se promovam coisas, esta do Zeca é mais uma. Estou na aldeia e lamento não poder estar aí, força "camaradas".

Neste dizer algo me lembra o último concerto do Zeca Afonso em Coimbra, Lembram-se? Mas lembram-se mesmo?
Lembram-se do vidro que inadvertidamente se partiu devido à imensa multidão que já adivinhava que a sala do TAGV não seria suficiente? Dessa imensa multidão que se dirigiu à CMC em protesto?

Do TAGV, para onde estava agendado, o dito concerto, acabou por ser feito no Jardim da Sereia.

E lembram-se do apelo que ele mesmo, em cima daquele palco, fez aos que os escutavam?

Há-de haver uma gravação desse concerto algures. Alguém a tem? Onde se poderá ouvir esse concerto. Adorava reavivar as palavras "desse seu apelo"! Sei que as disse... não me pareceu que o tenham ouvido... ainda hoje.

Vítor Amado disse...

Pena que a "cidade do conhecimento", não passe de frase publicitária.
José Afonso, como outros nomes da cultura, devem ser lembrados. Sempre. Apesar das divergências que possam ter provocado.
Mas nós estamos, cada vez mais, num país de merceeiros.
Mas parafraseando Gedeão, "não há machado que corte a raiz ao pensamento".
Abraço

Anónimo disse...

O GEFAC, no dia 26 de Maio de 1983, prestou uma grande homenagem ao Zeca Afonso, promovendo, nas suas III Jornadas de Cultura Popular, em grande espectáculo no TAGV (ver: http://www.uc.pt/gefac/jornadas/IIIjornadas_prog.htm).

Como foi lembrado pelo "Zé do Telhado", do TAGV, para onde estava agendado, o dito concerto, acabou por ser feito no Jardim da Sereia. Há muita gente que considera que esse espectáculo foi promovido pela Câmara...

Este ano, o GEFAC encontra-se a comemorar o seu 40º aniversário e, mais uma vez, vai promover as Jornadas de Cultura Popular (a 12ª edição; é o evento regular mais antigo da cidade). Nessas jornadas agendámos (faço parte do grupo) um espectáculo para o dia 24 de Abril com outro Zeca (o Medeiros) e a Mariana Abrunheiro. Nessa altura, com toda a dignidade e em palco, iremos prestar a nossa grande homenagem ao Zeca.

O GEFAC, como todos os grupos académicos, tem uma enorme rotatividade de pessoas. Muitos partem, alguns permanecem... No entanto, o que sempre fica é a enorme amizade e respeito pelos nossos amigos. O Zeca Afonso "é" um deles!

Adérito Araújo

Denúncia Coimbrã disse...

Adérito, dia 24 de Abril lá estaremos para mais umas belas Jornadas que vocês organizam.
Com todos os Zecas do mundo em cima do palco.
Gratos.

Anónimo disse...

coimbra é de facto a cidade do esquecimento. mesmo enquanto foi vivo, enquanto vivia por estas bandas, somente duas ou três entidades, repúblicas pelos vistos, o (re)conheceram, algumas chegaram mesmo a albergá-lo. os corsários, os kágados e o bota-abaixo, sobretudo. os outros cuspiam-lhe. não usava capa e batina e cantava fado de uma forma inovadora. talvez por isso não tenha sido reconhecido.