O meu nome é Ricardo Monteiro, tenho 26 anos e como tal não vivi a Revolução de 25 de Abril de 1974, mas penso que sei, mínimamente, o que foi a Revolução dos Cravos e o que isso significou para o Nosso país. Com a Revolução de 25 de Abril de 1974 os capitães de Abril (Movimento das Forças Armadas) em conjunto com o povo derrubaram um Governo autoritário, ditatorial, que governou com mão de ferro o nosso país durante 48 anos. Foram pois 48 anos de perseguições políticas em que muita gente foi presa e torturada e poucos foram aqueles que conseguiram escapar às garras tenebrosas de uma PIDE/DGS que servia este Estado que de Novo só tinha o epíteto. Era um Estado Velho que insistia em manter a todo o custo as suas colónias Ultramarinas numa tentativa de preservar um passado que já tinha sido “chão que deu uvas”. Foi um Estado que não soube inovar e seguir as tendências modernistas que acompanhavam os ideais de outros países considerados civilizados. Esta política revelar-se-ia um autêntico fracasso e levaria anos mais tarde à Revolução após uma série de tentativas falhadas de sublevação (exemplo a Revolta das Caldas, a Crise de 1969...). Durante este período negro da nossa história muitos foram os que passaram fome e sobreviveram, ou tentaram sobreviver, à fome que assolava um País cuja riqueza estava fechada a sete chaves nos cofres de um Estado completamente ultrapassado e debilitado pela fome e pela guerra. No dia seguinte à Revolução, forma-se a Junta de Salvação Nacional, constituída por militares, e que procederá a um governo de transição. O essencial do programa do MFA pode resumir-se no programa dos três Ds: Democratizar, Descolonizar, Desenvolver. Entre as medidas imediatas da revolução contam-se a extinção da polícia política (PIDE/DGS) e da Censura. Os sindicatos livres e os partidos foram legalizados. Só a 26 foram libertados os presos políticos, da Prisão de Caxias e de Peniche. Os líderes políticos da oposição no exílio voltaram ao país nos dias seguintes. Passada uma semana, o 1º de Maio foi celebrado legalmente nas ruas pela primeira vez em muitos anos. Em Lisboa reuniram-se cerca de um milhão de pessoas. Portugal passou por um período conturbado que durou cerca de 2 anos, comummente referido como PREC (Processo Revolucionário Em Curso), marcado pela luta entre a esquerda e a direita. Foram nacionalizadas as grandes empresas. Foram igualmente "saneadas" e muitas vezes forçadas ao exílio personalidades que se identificavam com o Estado Novo. No dia 25 de Abril de 1975 realizaram-se as primeiras eleições livres, para a Assembleia Constituinte, que foram ganhas pelo PS. Na sequência dos trabalhos desta assembleia foi elaborada uma nova Constituição, de forte pendor socialista, e estabelecida uma democracia parlamentar de tipo ocidental. A constituição foi aprovada em 1976 pela maioria dos deputados, abstendo-se apenas o CDS. A guerra colonial acabou e, durante o PREC, as colónias africanas e Timor-Leste tornaram-se independentes. Volvidos 33 anos sobre a Revolução de 25 Abril de 1974 é com muita pena que vejo que existe um absoluto desinteresse pelo estudo deste período que tão importante foi para o Nosso País, quer pela juventude, principalmente por esta nova geração “Morangos com Açucar”, a quem não está a ser ensinados\transmitidos os valores de Abril. Volvidos 33 anos, repito é com muita pena que assisto a uma tentativa de limpeza de imagem de um Estado liderado por Salazar, por parte de uma extrema-direita que está ter demasiada atenção por parte dos media, conseguindo influenciar e recrutar muitos jovens que seguem as pegadas dos seus líderes marginais.
2 comentários:
http://jn.sapo.pt/2007/04/25/ultimas/Incidentes_em_Lisboa_nas_comemor.html
http://www.publico.clix.pt/shownews.asp?id=1292158
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A Revolução do 25 de Abril de 1974
O meu nome é Ricardo Monteiro, tenho 26 anos e como tal não vivi a Revolução de 25 de Abril de 1974, mas penso que sei, mínimamente, o que foi a Revolução dos Cravos e o que isso significou para o Nosso país.
Com a Revolução de 25 de Abril de 1974 os capitães de Abril (Movimento das Forças Armadas) em conjunto com o povo derrubaram um Governo autoritário, ditatorial, que governou com mão de ferro o nosso país durante 48 anos.
Foram pois 48 anos de perseguições políticas em que muita gente foi presa e torturada e poucos foram aqueles que conseguiram escapar às garras tenebrosas de uma PIDE/DGS que servia este Estado que de Novo só tinha o epíteto. Era um Estado Velho que insistia em manter a todo o custo as suas colónias Ultramarinas numa tentativa de preservar um passado que já tinha sido “chão que deu uvas”. Foi um Estado que não soube inovar e seguir as tendências modernistas que acompanhavam os ideais de outros países considerados civilizados. Esta política revelar-se-ia um autêntico fracasso e levaria anos mais tarde à Revolução após uma série de tentativas falhadas de sublevação (exemplo a Revolta das Caldas, a Crise de 1969...).
Durante este período negro da nossa história muitos foram os que passaram fome e sobreviveram, ou tentaram sobreviver, à fome que assolava um País cuja riqueza estava fechada a sete chaves nos cofres de um Estado completamente ultrapassado e debilitado pela fome e pela guerra.
No dia seguinte à Revolução, forma-se a Junta de Salvação Nacional, constituída por militares, e que procederá a um governo de transição. O essencial do programa do MFA pode resumir-se no programa dos três Ds: Democratizar, Descolonizar, Desenvolver.
Entre as medidas imediatas da revolução contam-se a extinção da polícia política (PIDE/DGS) e da Censura. Os sindicatos livres e os partidos foram legalizados. Só a 26 foram libertados os presos políticos, da Prisão de Caxias e de Peniche. Os líderes políticos da oposição no exílio voltaram ao país nos dias seguintes. Passada uma semana, o 1º de Maio foi celebrado legalmente nas ruas pela primeira vez em muitos anos. Em Lisboa reuniram-se cerca de um milhão de pessoas.
Portugal passou por um período conturbado que durou cerca de 2 anos, comummente referido como PREC (Processo Revolucionário Em Curso), marcado pela luta entre a esquerda e a direita. Foram nacionalizadas as grandes empresas. Foram igualmente "saneadas" e muitas vezes forçadas ao exílio personalidades que se identificavam com o Estado Novo.
No dia 25 de Abril de 1975 realizaram-se as primeiras eleições livres, para a Assembleia Constituinte, que foram ganhas pelo PS. Na sequência dos trabalhos desta assembleia foi elaborada uma nova Constituição, de forte pendor socialista, e estabelecida uma democracia parlamentar de tipo ocidental. A constituição foi aprovada em 1976 pela maioria dos deputados, abstendo-se apenas o CDS.
A guerra colonial acabou e, durante o PREC, as colónias africanas e Timor-Leste tornaram-se independentes.
Volvidos 33 anos sobre a Revolução de 25 Abril de 1974 é com muita pena que vejo que existe um absoluto desinteresse pelo estudo deste período que tão importante foi para o Nosso País, quer pela juventude, principalmente por esta nova geração “Morangos com Açucar”, a quem não está a ser ensinados\transmitidos os valores de Abril.
Volvidos 33 anos, repito é com muita pena que assisto a uma tentativa de limpeza de imagem de um Estado liderado por Salazar, por parte de uma extrema-direita que está ter demasiada atenção por parte dos media, conseguindo influenciar e recrutar muitos jovens que seguem as pegadas dos seus líderes marginais.
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