quarta-feira, janeiro 24, 2007

A (re) volta da Marreta


















Há coisas absolutamente estúpidas quiçá desnecessárias, mas típicas, no pior sentido, nesta cidade, levadas a cabo por "cerebelos" que estão cada vez mais a destruir possibilidades de criação cultural. Impávidos e serenos se mantêm aqueles que de algum modo lá terão as suas razões para tais silêncios. Porque razão a polícia municipal não recebe ordens para manter a paz e serenidade na zona da Alta de Coimbra que está a entrar numa espiral de problemas de segurança de pessoas e bens? Área de intervenção seguramente mais útil, pergunte-se in loco a qualquer residente ou comerciante da mesma. Não é preciso ser bruxa para se perceber que tudo isso se irá agravar acaso não se solucione os problemas que lhes dão origem. Prevejo já queixas de turistas no próximo Verão pois não se vislumbra nada de bom. Anda uma petição em circulação para o alerta às entidades responsáveis.

Alguém se queixou "do homem estátua"? E se sim com que argumentos?
Qual é o problema das artes de rua utilizarem exactamente a via pública, portanto de todos e espaço óbvio para tais intervenções artísticas, para passarem à população aquilo que uma política INEXISTENTE a nível dos responsáveis culturais da CMC nem sequer apoiam? Que mal estaria a fazer a personagem na rua? E se estivesse, a actuação da polícia municipal não indignaria, o que não foi o caso Que desordem estava a provocar? Quanto estava essa estátua a delapidar ao erário público? E já agora quanto delapidam, todos os dias os senhores que deveriam ser responsáveis e responsabilizados pela gestão de dinheiros públicos?

As artes de rua podem muito bem ser e são-o de algum modo parte da vida de uma Baixa que a todo o custo, lenta mas objectivamente estão a destruir.

Pergunte-se, por exemplo, porque razão foi congelado o estudo feito pela Universidade de Coimbra, que nos jornais leu-se custar um milhão de euros (ainda não pagos) e que afinal está a marinar nas voltas e manobras das entidades (ir)responsáveis? Porque razão não se explica ao povinho que afinal o dito estudo previa a demolição sim mas apenas de 5 a 6% da zona a intervencionar, coisa que obviamente não interessa a uma aberração de nome chamada Sociedade de Reabilitação Urbana que quer e vai fazê-lo - demolir 30% ou mais? SRU da qual os famosos jornalistas desta cidade nem sequer falam. Que miséria... A técnica do "deixar apodrecer" serve perfeitamente às chamadas condições naturais de termos de deitar abaixo para.... os interesses fazerem e instalarem-se a seu bel prazer. E depois vem a cantilena de que havia risco de derrocada e logo "altas preocupações" de segurança com as pessoas? Sim também mas não ceguem. Quem são os responsáveis pela degradação das condições de vida, do parque habitacional e de tudo o que se degrada dentro de uma cidade? O "homem ou mulher estátua"? Os cidadãos? Os cidadãos que se lixem, contam é as estratégias de rendimento. Mas não percebo, o estudo estava mal feito? Questões sociais, patrimoniais, históricas, de tradição estão nas mãos dos interesses... privados. Portanto está tudo entregue à bicharada.

Há pessoas que se preocupam, outras não sabem, muitas não querem saber porque não lhes interessa. Outras, ocupadas com os seus afazeres nem se dão conta.

Afinal porque não deitam abaixo TODA a Baixa de Coimbra? Era preferível a ver a agonia lenta em que se encontram habitantes e comércio à anos, dezenas de anos a fio?
Foi um desabafo, desculpem lá se interrompi o silêncio.
Ass: a marreta

p.s.: já agora deixem-me largar aqui mais uma do dpt. (in)cultural da CMC... para a destruição de algumas das poucas actividades que sectores culturais bem como algum do comércio da Baixa tenta fazer para reanimar a zona contra-a-maré, o dito dept. passou a cobrar taxas de cerca de 90euros quando para idênticos efeitos (que agora não enumero) cobrava 6euros. Lá poderá haver quem não se queixe pela forma de bastidores que adopta para levar as suas coisas avante mas há claramente discriminação de taxas, legais é certo, mas que poderiam incentivar actividades culturais necessárias como pão para a boca e que afinal correm o risco de não se realizarem porque algum "cerebelo" se lembrou de cobrar muito mais alto aquilo que deveria ser simplificado. Alguns amigos safam-se. Já pensei em arranjar o cartão mas ainda não descobri em que "clube" me inscrever... ACORDEM e quando acordarem, afirmo já, não quero cartão algum... nunca quis.

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